domingo, 9 de junho de 2013

Editorial

               
              Com tantos problemas sociais apresentados ao longo da obra "O cortiço", podemos apresentar uma discussão que permanece atual e muito interessante quanto aos direitos, deveres, privilégios e a forma que a sociedade enxergava os homossexuais do século XIX e como evoluiu esta questão.
                A homossexualidade é um mistério tanto para a ciência quanto para a sociedade. Os defensores da origem genética do tema usam como argumento os trabalhos que encontraram concentração mais alta de homossexuais em determinadas famílias e os que mostraram maior prevalência de homossexualidade em irmãos gêmeos univitelinos criados por famílias diferentes sem nenhum contato pessoal. Foram procuradas até mesmo diferenças na morfologia do cérebro que explicassem o comportamento homossexual. Existem ainda, defensores que acreditam que a homossexualidade é consequência do meio. Como por exemplo na obra "O Cortiço", onde a personagem Pombinha é influenciada por sua madrinha Léonie ao lesbianismo. 
          
                Porém, pouco importa a origem da homossexualidade, o médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, Dr. Drauzio Varella diz "Em contraposição ao comportamento adotado em sociedade, a sexualidade humana não é questão de opção individual, como muitos gostariam que fosse, ela simplesmente se impõe a cada um de nós. Simplesmente, é!", portanto cabe à cada um o respeito dessa condição, a começar em casa e na escola, onde ainda é um desafio lidar com situações tão diversas no que diz respeito à sexualidade.
                Apesar da sociedade se mostrar pouco mais aberta  ao homossexual relacionando com o século XIX, a forma como é tratada a homossexualidade ainda é delicada, inclusive ao ser disposta por exemplo em veículos comunicativos, como na televisão, as novelas, por exemplo buscam abordar o tema a fim de mostrar o quão delicada é a questão e conscientizar a sociedade sobre novas configurações, afinal de contas, a homofobia pode ser cultural ou simplesmente uma dificuldade de lidar com o diferente.



 Segue o link para o curta-metragem  "Não Gosto dos Meninos"  inspirado no projeto internacional "It Gets Better".  Vale a pena assistir! 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Artigo de Opinião


(Antes de ler este artigo, procure ler as análises do blog sobre a obra).

Determinismo “indeterminante”

Porque a obra “O Cortiço” acaba mostrando que o espelho da sociedade começa a desbotar com o passar do tempo.

Durante a leitura do clássico naturalista “O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo, pode-se perceber porque este romance é considerado determinista e universalista, com tantas críticas à visão da pobreza, do homossexualismo, da traição, do capitalismo selvagem, numa sociedade do final do século 19, que se encaixariam perfeitamente nos dias de hoje.

Para aqueles que ainda desconhecem, o “universalismo” se baseia numa crítica ou em um conceito que não está preso a problemas de única época e lugar, já o determinismo prega “o homem como resultado do meio”, ou seja, o comportamento de todo ser humano é determinado pelo ambiente onde vive.

Entretanto, esta visão determinista pode soar sou um tanto preconceituosa nos dias de hoje: só porque alguém vive em uma comunidade pobre, não quer dizer que esta não terá boa índole, ou se envolverá com crimes e drogas, ou até mesmo frenquentar determinados lugares. De fato, muitos professores, auxiliares, guardas e até mesmo estudantes de escolas particulares agora moram nas conhecidas “favelas” antes ocupadas por lavadeiras, trabalhadores e prostitutas, como representado no livro.

A obra não faz uma crítica direta ao cortiço, mas sim utiliza das ações e pensamentos das personagens para caracterizar a sociedade pobre da época, porém pela visão das classes altas, que nunca tiveram de viver nas condições em que os protagonistas viveram.

Na verdade, Azevedo parece defender que ações marginais do cortiço são extremamente restritas aquela parcela da população, no entanto, basta dar uma olhada nos jornais de hoje e perceber que até mesmo pessoas que tem família, trabalho, dinheiro, e status social acabam se envolvendo com drogas, crimes e assassinatos.

É claro, ainda existem muitas pessoas que vivem em regiões desfavorecidas que não agem de maneira determinada e correta, mas não é por causa dessa maioria que devemos considerar todos marginas, principalmente nos dias de hoje.
Guilherme Hammel Cattaneo

domingo, 26 de maio de 2013

Resenha

"Amor a três acaba em morte à paulada.", "Comerciante enriquece a base do trambique.", "Empresário e cafetão, esposa banca a boa vida do portuga.", "Batismo de fogo, madrinha assedia a enteada."

               Vemos manchetes como estas diariamente em jornais, na internet, no rádio e na tv, mas esses fatos também aconteciam no Rio de Janeiro do século XIX e um escritor se inspirou neles para criar uma grande obra literária. Estamos falando de Aluísio Azevedo, a maior expressão do Naturalismo no Brasil. Por abordar com tanta ênfase a sexualidade, no livro "O Cortiço" Azevedo tem sua obra criticada no período que foi publicada (1890), porém mostra comportamentos típicos da humanidade. Mais do que retratar vícios e mazelas dos personagens o que o autor pretende é mostrar que o homem é um produto do meio social, dos instintos e do momento histórico em que vive. 

            Romance de cunho social, "O Cortiço" é o marco da literatura realista-naturalista brasileira.   Uma história envolvente e sombria de uma habitação coletiva no Rio de Janeiro do Segundo Império que tem como tema a ambição e a exploração do homem pelo próprio homem. De um lado, João Romão, que aspira à riqueza, e Miranda, já rico, que aspira à nobreza. Do outro lado, a "gentalha", caracterizada como um conjunto de animais, movidos pelo instinto e pela fome. Todas as existências se entrelaçam e repercutem umas nas outras. O cortiço é o núcleo gerador de tudo e foi feito à imagem de seu proprietário, cresce, se desenvolve e se transforma com João Romão. 

            A princípio, O cortiço não era considerada uma obra séria para ser lida, já que ela expunha temas tabus como a homossexualidade, a prostituição, o alcoolismo dentre outros. Para alguns, os textos naturalistas eram tidos como pornográficos, uma vez que tais temáticas, encontradas nos textos naturalistas, circunscreviam um universo contraditório em relação à moral. A obra se populariza por meio de discussões. Diante disso, quando começamos a analisar alguns aspectos da vida social, da formação dos morros cariocas e favelas, encontramos alguns elementos da obra de Azevedo. Tal obra poderá ser lida em qualquer época, por isso o seu caráter universal, porque é a partir de obras deste nível (crítico e de denúncia) que encontramos males do século XIX ainda presentes no século XXI.
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Argumentação

   A obra “O Cortiço” trata de diversos temas, como por exemplo, o homossexualismo, o alcoolismo, capitalismo, prostituição, submissão da mulher e a degradação humana, todos estes aspectos fundamentados na teoria de que o homem é fruto do meio. Buscando raízes no Naturalismo chega-se a conclusão de que Azevedo buscava uma nova forma para retratação da sociedade, porém de um modo diferente do Realismo, onde as personagens são representações pouco mais rebuscadas, detalhadas e com traços psicológicos bem delimitados. As personagens da obra em questão eram representações de tipos sociais, não se fazia uma análise comportamental à partir de traços psicológicos, mas sim, do meio onde viviam.
 
     Em "O cortiço" aparecem basicamente duas linhas de conduta: uma que trata das questões sociais e outra das questões individuais e sentimentais. No caso das questões sociais, temos como maior representante a personagem João Romão, que torna-se um grande comerciante passando por cima de tudo e todos. Assim, através de uma representação crua das relações sociais, que aqui são puramente movidas pelo interesse individual, têm-se uma crítica social. Já nas questões individuais/sentimentais, temos a personagem de Jerônimo, que casa com a Rita Baiana, mas não por amor. Ele se envolve com ela porque se sente atraído sexualmente.
 
     Todos os temas retratados estão ligados à realidade atual. Não estão voltados somente à realidade nacional, mas sim, universal. O autor retrata a vivência e o comportamento da sociedade sobre uma ótica estética, rica em detalhes, com teor denunciativo e há rompimento com o romance convencional.

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Sites consultados




<http://www.mundovestibular.com.br/articles/370/1/O-CORTICO---Aluisio-de-Azevedo--Resumo/Paacutegina1.html>

<http://www.blogbrasil.com.br/resenha-do-livro-o-cortico/>

<http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_cortico>

<http://www.youtube.com/watch?v=7NCMmEVdaNs>

<http://www.historialivre.com/revistahistoriador/um/francelina.htm>